geógrafos

Em qualquer selecção se comete a injustiça do esquecimento!...

 

Heródoto, 484 a.C. - 425 a.C.

Erudito grego que foi o autor dos mais antigos documentos geográficos - os périplos. Os périplos (navegar em redor), correspondem a descrições pormenorizadas de trajetos entre pontos de referência ao longo da costa do Mediterrâneo.

 

Eratosthenes, 276 a.C. - 196 a.C.

Matemático, astrónomo, geógrafo e poeta grego, nasceu em Cyrene (agora Shahhat, Líbia). Em 240 a.C. ele tornou-se bibliotecário da Biblioteca de Alexandria, ficando responsável pelo maior acervo sobre o conhecimento humano até sua data. Eratosthenes é mais conhecido hoje pelo seu preciso cálculo da circunferência da Terra (erro de menos de 5%) numa época em que não se acreditava que a Terra fosse redonda. Para chegar a tais cálculos Eratosthenes empregou os seus conhecimentos de astronomia para determinar a latitude de Assuão e Alexandria no Egipto e mediu a distância entre elas, tendo notado que a imagem da sombra de uma torre de igual altura em Assuão e Alexandria tinha diferentes comprimentos numa mesma hora do dia. Assim ele chegou à conclusão que a Terra era redonda e calculou  a sua circunferência. O seu mais importante trabalho foi um tratado sistemático sobre geografia.

 

Estrabão, 58 a.C. - 25 d.C.

Este geógrafo romano, contemporâneo de Cristo, definiu os limites da Terra (conhecida). Fez algumas viagens de reconhecimento da costa sul da Península Ibérica. Escreveu uma Geografia em dezassete volumes.

 

Ptolemeu (Claudius Ptolomaeus), 100 - 70 d.C.

Astrónomo e matemático grego contemporâneo de Cristo, viveu em Alexandria, Egipto e era cidadão romano. O seu primeiro trabalho e o mais importante foi o "Almagesti" (Grande Obra), traduzido para o árabe 500 anos depois. Nesta obra ele propunha o teoria geocêntrica na qual descrevia a Terra no centro do Universo com o sol, planetas e as estrelas rodando em círculos ao seu redor. Este trabalho de Ptolomeu influenciou o pensamento astronómico durante mais de mil e quinhentos anos. Para a geografia sua mais importante obra foi 'A Geografia', um mapa do mundo conhecido, que listava latitudes e longitudes de locais importantes. Nesta compilação Ptolomeu compilou dados seus e de Hiparco, Strabo e Marinus de Tiro. Mesmo com informações imprecisas, este trabalho foi a principal ferramenta de orientação geográfica até o fim da renascença.

 

Al-Idrisi, 1099 - 1161

Geógrafo árabe, elaborou um mapa-múndi conhecido como a Tabula Rogeriana, acompanhado por um livro, denominado Geografia. A obra compreende uma descrição da Itália, da Sicília, do Al-Andalus, do norte da Europa, da África e do Império Bizantino. Al-Idrisi dividiu o mundo em sete faixas paralelas ao equador que chama climas ou zonas. Cada uma delas subdividida em dez secções contadas do Ocidente para o Oriente. Ao prescindir da representação cónica habitual nessas linhas paralelas, realizou uma verdadeira revolução científica, antecipando-se em quatro séculos à cartografia de Mercator. Descreve Lisboa e os principais portos de Portugal desde o rio Guadiana, a que chama "Iana", até à Galiza. Assinala ainda dois itinerários para Compostela, quatro "Caminhos de Santiago" se os definirmos por mar ou por terra, onde no mapa se pode identificar perfeitamente São Jacub como ponto de chegada;  um deles parte da Baiona francesa e outro de Coimbra.

 

Marco Polo, 1254 - 1324

Aventureiro genovês que partiu com o pai integrado numa caravana da rota da Seda e atingiu a China.

 

Giovanni Cabotto, 1450 - 1499

Ou como os ingleses o nomearam, John Cabot, foi o  navegador italiano que em 1497, ao serviço da coroa inglesa, explorou a Terra Nova, uma região fria e inóspita do Canadá, na procura da passagem do noroeste para a Índia. Apesar de as pesquisas arqueológicas terem encontrado vestígios de povoados vikings datados de pelo menos 1.000 d.C. quando John Cabot chegou, a Terra Nova era desabitada. Resta ainda uma dúvida: vários historiadores, com base em documentos escritos, referem que os primeiros europeus a chegar à Terra Nova, foram os três irmãos portugueses Corte Real (em 1472).

 

Bartolomeu Dias, 1450 - 1500

Navegador português que em 1486 fez o reconhecimento de vários portos da costa ocidental africana e foi o primeiro a dobrar o Cabo da Boa Esperança. Foi o primeiro europeu a navegar para além do extremo sul da África, chegando ao oceano Índico a partir do Atlântico.

 

Cristóvão Colombo,1451 - 1506

Navegador genovês que viveu em Portugal (Porto Santo) durante dez anos. Em 1484 (?), após D. João II ter recusado o seu projeto de alcançar a Ásia rumando para ocidente, Colombo obtém o apoio de Isabel I de Castela para a viagem. Comandando três naus (Santa Maria, Pinta e Niña), descobre a 12 de Outubro o continente que virá a ser chamado de América. Pensa ter alcançado o extremo ocidental da Ásia, convicção que jamais o abandonará, apesar de sucessivas provas em contrário.

 

Vasco da Gama, 1469 - 1524

Navegador português que largou do Tejo em demanda da Índia, ao comando de quatro pequenos navios: S. Gabriel, S. Rafael, Bérrio e S. Miguel. Em 17 de Abril de 1498, avistava Calecut, depois de ultrapassadas várias tempestades, ciladas e revoltas dos seus próprios marinheiros. Estava descoberto o caminho marítimo para a Índia.

 

Pedro Álvares Cabral, 1467(?) - 1526(?)

Partiu de Lisboa em 9 de Março de 1500 com destino à Índia, mas, desviando a sua rota para descobrir novas terras, encontrou a costa do continente sul-americano. Daí, seguiu então para a Índia retomando a rota de Vasco da Gama.

 

Fernão de Magalhães, 1480(?) - 1521

Navegador português que em Setembro de 1519, ao serviço da coroa espanhola, seguiu rumo ao Ocidente. Chegado à costa americana, foi navegando ao longo dela para sul e descobriu a passagem interoceânica a que ficou ligado o seu nome: o estreito de Magalhães. A frota, reduzida a três caravelas, penetrou no Pacífico, descobriu as ilhas hoje denominadas Marianas e o arquipélago que depois se chamou das Filipinas, onde Magalhães foi morto numa rixa com os indígenas. O seu piloto Elcano conseguiu regressar à Europa com a única das caravelas que restava, completando assim a primeira viagem de circum-navegação que se efetuou no globo.

 

Jacques Cartier, 1491 - 1557

Em 1534, este navegador francês subiu o rio S. Lourenço (América do Norte) até encontrar a aldeia índia de Hochelaga, hoje a cidade de Montreal. Cartier procurava um novo caminho em direção à Ásia mas acabou descobrindo a rota para uma das maiores riquezas do Canadá: as peles.

 

Nicolas Kopernik (Copérnico), 1473 - 1543

Talvez o primeiro astrónomo da era moderna. Este erudito polaco, em 1543, ano da sua morte, publicou "De Revolutionibus Orbium Caelestium" onde expõe a sua teoria heliocêntrica do Sistema Solar e precisa, pela primeira vez, os fatores cósmicos do clima. Demonstrou que, para além do movimento em torno do Sol, os planetas rodam sobre o seu próprio eixo.

 

Johanes Kepler, 1571 -1630

Este astrónomo alemão, descobriu em 1609, que a Terra e os outros planetas do Sistema Solar descrevem órbitas elípticas em torno do Sol, o que explica a variação climática com as estações do ano.

 

Galileu Galilei, 1564 - 1642

Foi o maior cientista italiano da Renascença. Retomou a teoria heliocêntrica de Copérnico e ajudou Kepler a fundamentar as suas descobertas. Foi o percursor do estudo do Universo através do telescópio.

 

Abel Tasman, 1603 - 1659
Navegador holandês que  em 1643 alargou o conhecimento da Oceânia até à Nova Zelândia e à terra que adquiriu o seu nome - Tasmânia.

 

Bernard Varenius, 1622 - 1650

Em 1650 publicou "Geografia Generalis", obra que constitui o primeiro ensaio síntese de uma história natural da Terra. Nela esboça os quadros gerais da Geografia: Climatologia, Morfologia e Geobotânica. Viria a morrer nesse mesmo ano.

 

Isaac Newton, 1643 - 1727

Descobriu a gravidade e formulou a Lei da Gravitação Universal, que explica as órbitas planetárias.

 

James Cook, 1729 - 1779

Navegador inglês que, comandou de três importantes expedições exploratórias. Na primeira (1768-71), a bordo do Endeavour, chegou ao Tahiti e reconheceu uma extensa área do Pacífico meridional. Na segunda viagem (1772-75) confirmou o carácter oceânico do hemisfério sul e, com dois navios, o Resolution e o Adventure, sulcou o Antárctico. Na sua última viagem, iniciada em 1776 com a intenção de achar uma passagem entre o Atlântico e o Pacífico pelo extremo setentrional da América, cruzou o estreito de Bering. De seguida, dirigiu-se para as ilhas Sandwich (Hawai), onde foi morto pelos indígenas.

 

David Livingstone, 1813 - 1873

Este missionário e explorador escocês foi o grande descobridor do interior da África Negra, através de grandes viagens em que percorreu o continente. Em 1871, juntou-se a John Stanley, jornalista e explorador galês, continuando as suas descobertas.

 

Alexander von Humboldt, 1769 - 1859

Pode considerar-se Alexander von Humboldt como o pai da Geografia moderna enquanto ciência, tendo formulado a ideia de que as diferentes áreas do Mundo, aparentemente tão diferentes são na verdade parte de uma estrutura completamente inter-relacionada.

Este geógrafo alemão, que frequentou as mais importantes universidades do seu país, tinha uma formação essencialmente naturalista, estudando botânica, física, etc. Ainda jovem ele pôde conhecer muitos intelectuais da sua época ficando conhecido pelas suas pesquisas no campo da Climatologia, Oceanografia e Geologia.

O grande sonho de Humboldt era uma grande expedição aos trópicos. Planeou tal expedição com base nas informações e mapas que tinha e, em 1799, teve a sua grande oportunidade, quando o rei espanhol Carlos IV permitiu a viagem pelas colónias espanholas na América do Sul e Central. Assim ele iniciou uma expedição que duraria 5 anos, tendo-se tornado o maior explorador da América Latina. A expedição seguiu por muitos países como a Venezuela, Peru, Equador, Colômbia, Cuba e México. Desde a sua partida da cidade espanhola de La Coruña, recolheu um vasto material sobre esses lugares, como por exemplo: latitude e longitude, altitude, clima, fauna e flora, colheu amostras geológicas, observou vulcões, etc. Numa visão geral ele procurou registar todo aquele universo geográfico  tão diferente da Europa. Enquanto esteve no Peru, estudou a existência de uma corrente marítima que viria posteriormente a ser conhecida pelo seu nome.

Após a sua passagem pela América Latina, Humboldt seguiu para os Estados Unidos e posteriormente para a França onde permaneceu  até 1827, escrevendo uma obra em 23 volumes com as descobertas feitas na viagem. 

Em 1829 viajou para os Montes Urais e para a Sibéria para fazer estudos da geografia física daquelas regiões.

No resto da sua vida dedicou-se a escrever a grande obra "Kosmos", onde procurou transmitir a inter-relação entre as diversas áreas do globo. Foi o primeiro geógrafo a desenhar mapas de linhas conectando pontos geográficos com mesma temperatura, o que revolucionou o estudo da climatologia.

 

Karl Ritter, 1779 - 1859

Geógrafo alemão, contemporâneo de Humboldt, conhecido como um dos fundadores da moderna Geografia. Ritter mostrou ao mundo o princípio da relação entre, a natureza e o Homem; era um defensor acérrimo do uso das ciências humanas para o estudo da geografia. Enquanto Humboldt era um sábio naturalista, com um notável sentido de observação, Ritter possuía uma sólida formação histórico-filosófica que ajudou a discernir as relações do Homem com o meio e a influência das condições naturais sobre o desenvolvimento das sociedades.

O seu mais importante trabalho, "Die Erdkunde" (Ciência da Terra, em 19 volumes), enfatiza, precisamente, a influência de fenómenos físicos na atividade humana.

 

Von Thünen, 1780 - 1850

Johann Heinrich von Thünen foi um economista e geógrafo alemão e um dos fundadores da teoria clássica da localização das atividades económicas. Criou um modelo que explica, fundamentalmente, a localização das atividades agrícolas.

 

Friedrich Ratzel, 1844 - 1904

Geógrafo alemão, fundador da antropogeografia (Geografia Humana) e inspirador da futura Geopolítica. Deu grande ênfase aos traços culturais das populações e considerava que toda a vida do Estado tem as suas raízes na terra, havendo três elementos fundamentais: a situação, o espaço  e a fronteira. Desenvolveu a tese do espaço vital tornando-se um dos percursores do que se designa por determinismo geográfico - "o Homem é um produto do meio". As suas ideias foram adotados, com a deturpação que se conhece, pelo regime Nazi, para justificar a invasão de países vizinhos.

 

Vidal de la Blanche, 1845 - 1918

Este geógrafo francês contestava os deterministas, demonstrando que o Homem é capaz de reagir a determinadas influências do meio, podendo modificá-las e adequá-las às suas necessidades. Defendia que "o meio é um produto do Homem", ou seja, com o avanço tecnológico, podemos criar condições favoráveis para viver em qualquer região da Terra. Foi o percursor da chamada "escola  francesa", que atribuía grande ênfase à Geografia Regional, em detrimento da Geografia Geral característica da "escola alemã".

 

Roberto Ivens, 1850 - 1898

Filho de pai inglês e de mãe açoriana, foi um oficial da Armada portuguesa e dirigiu a expedição aos territórios compreendidos entre as, na altura, colónias de Angola e Moçambique, para demonstrar a presença portuguesa no interior da África.

 

Alfred Weber, 1868 - 1958

Desenvolveu um modelo de localização da atividade industrial, tomando como principais premissas as despesas com a aquisição de matérias-primas e de energia e as despesas com a expedição dos produtos fabricados.

 

Gago Coutinho, 1869 - 1959

Oficial da Marinha portuguesa, geógrafo, cartógrafo, aviador, navegador e historiador. Juntamente com Sacadura Cabral, tornou-se um pioneiro da aviação ao efetuar a primeira travessia aérea do Atlântico Sul, a bordo do hidroavião Lusitânia.

 

Walter Christaller, 1893 - 1969

Geógrafo alemão que desenvolveu um modelo de organização das cidades e de localização dos serviços e comércio, a partir de uma rede hexagonal em que se verifica uma hierarquia de atividades do centro para a periferia.

 

Orlando Ribeiro, 1911-1997

Explorador e investigador é considerado o renovador da Geografia no Portugal do século XX e o geógrafo português com mais ampla projeção a nível internacional. Da sua intensa actividade científico-académica destaca-se Portugal, o Mediterrâneo e o Atlântico. Fundador do Centro de Estudos Geográficos, iniciou a publicação da revista Finisterra, a principal publicação da Geografia portuguesa, com projecção internacional.

 

William Bunge, nasceu em 1928

Geógrafo, autor de "Theoretical Geography" de 1962, obra que se considera fundamental para a chamada Nova Geografia.

 

João Garcia, nasceu em 1967

Montanhista/alpinista português, tornou-se o décimo no mundo a ascender às 14 montanhas com mais de 8000 metros existentes no planeta, sem recurso a oxigénio artificial e sem carregadores de altitude.