2010 /2011

Enquadramento da minha atividade letiva

A minha experiência de educação e formação de adultos (EFA) começou em 1983, como instrutor militar e também na alfabetização de militares pouco ou nada escolarizados. Prosseguiu em 1988, enquanto Professor do Ensino Recorrente e, mais tarde, enquanto Formador de adultos (nomeadamente em ações S@ber+) e Professores e Auxiliares de Ação Educativa em formação contínua. Em 2003 coordenei a candidatura do primeiro Centro de RVCC de Almada (atual CNO do Monte de Caparica) e em 2007 integrei a equipa o Centro Novas Oportunidades de Cacilhas, tendo exercido as funções de Profissional de RVC. Desde 2008 sou Formador de Cidadania e Empregabilidade (RVCC Nível Básico) e de Cidadania e Profissionalidade (RVCC Nível Secundário). Recentemente, também exerci funções de Formador de Cidadania e Profissionalidade num Curso EFA Secundário de dupla certificação numa associação privada de desenvolvimento local.

Acompanhei de perto, portanto, a implementação das atuais medidas de educação e formação de adultos. Considero que o Programa Novas Oportunidades representa o maior movimento social de aumento de qualificações alguma vez visto e que os Cursos EFA, os Processos RVCC e o DL 357/2007 são potenciadores de outros processos de aprendizagem e por isso alavancam a vontade de valorização e qualificação de muitos portugueses. Para mim é um privilégio poder participar ativamente neste serviço público ao nível da educação e formação da população adulta. Por outro lado, a formação na área de competências-chave de Cidadania e Profissionalidade permite-me contribuir positivamente para a redução do comunmente aceite défice de cidadania da nossa sociedade.

Do ponto de vista pedagógico, a abordagem centrada na singularidade dos adultos, na sua experiência de vida, nas competências adquiridas em diferentes contextos formais, informais e não formais, representa, em minha opinião, uma evolução extraordinária do conceito de Escola, em geral, e em particular do conceito de educação e formação de adultos. O ensino recorrente não era mais do que uma replicação nas turmas de adultos das abordagens pedagógicas concebidas para os jovens. Pelo contrário, as atuais medidas de educação e formação de adultos foram concebidas de acordo com os princípios da andragogia e essa é a razão do sucesso das mesmas.

Penso que (provavelmente) as ideias estereotipadas e preconceituosas que grassam no seio das próprias comunidades educativas sobre os EFA e o RVCC e que se manifestam numa resistência enorme por parte de muitos professores, é decorrente do facto daquelas medidas proporem um processo de aprendizagem centrado no adulto e no desenvolvimento (ou reconhecimento e validação) de competências e não um processo de ensino centrado no professor e orientado para os conteúdos e para os resultados. Ora, o processo de trabalho preconizado nos EFA e no RVCC, dificilmente se encaixa na escola instrucionista. E este facto, para muitos professores pode representar um fator de desequilíbrio e insegurança que os faz reagir agressivamente.

Quando estes professores dizem "os EFA e o RVCC não servem porque os alunos querem aprender", o que eles pretendem dizer efetivamente é "os EFA e o RVCC não me servem porque eu quero é ensinar". De onde se conclui que eles próprios são paladinos do instrucionismo em exclusividade e menosprezam aquilo que considero ser o paraíso para um professor do séc XXI: um ambiente que realmente é de aprendizagem e não de ensino, transdisciplinar, liberto do espartilho dos conteúdos, centrado no aluno, orientado em função dos processos de aprendizagem e não dos resultados.

Este exercício de autoavaliação do desempenho docente, considera os seguintes itens:

Autodiagnóstico

Atividade profissional desenvolvida

- Dimensaão profissional, social e ética

- Desenvolvimento do ensino e da aprendizagem

- Participação na escola e relação com a comunidade educativa

- Desenvolvimento e formação profissional ao longo da vida

Contributo para os objetivos e metas da Escola

Análise pessoal e balanço sobre as atividades letivas e não letivas

Formação realizada e seus benefícios para a prática letiva

Identificação de necessidades de formação

Observação da componente letiva